sábado, 2 de julho de 2011

Etapa 8 - de Foz do Cobrão a Água Formosa

Pedaladas de nostalgia

Depois de uma viagem destas, o último dia deixa sempre alguma nostalgia. Pedaladas molengonas, conversa a recordar as melhores peripécias, que aventuras preparar para o futuro, paragens prolongadas como quem não queria chegar ao fim... O percurso também se proporcionava para isso, a distância era curta, mais alcatrão que o habitual e troços para rolar assim a estilo de treino de recuperação.
Deixámos a Casa do Chafariz em Foz do Cobrão a meio da manhã, fomos entregar a chave ao vizinho que aqui a gente é toda de confiança, comemos qualquer coisa no café em frente e rumámos em direcção Aldeia da Figueira. Uma aldeia gira de explorar de bicicleta porque tem uma zona de ruas muito estreitinhas quase à medida do guiador.
Visitámos a loja do xisto e ficámos a saber que está para breve a abertura de um alojamento local também nesta localidade.
Daqui direccioná-mo-nos para a zona das Moitas, onde fomos visitar o Centro de Ciência Viva da Floresta. Um projecto muito interessante e pouco frequente por terras do interior.
Como a pequeno almoço já lá ia e não prevíamos que houvesse sítios para comer nos próximos kms decidimos fazer aqui um reforço alimentar, pelo sim pelo não.
Daqui rolámos até à povoação da Amêndoa onde subimos ao miradouro, para apreciar a paisagem e «nostalgiar» mais um pouco!
Uns kms mais à frente e estávamos em Água Formosa, a última Aldeia de Xisto da nossa viagem. Mais uma aldeia de casas de pedra delineando os contornos do terreno e moldando-se à paisagem. Depois de usarmos a nora para «ogar» um canteiro muito bem arranjado, aproveitámos para ir à fonte beber alguns líquidos frescos enquanto esperávamos pelo nosso transporte de regresso a casa.Há coisas engraçadas, quando decidimos regressar para a entrada da aldeia ao pegar na bicicleta verifiquei que o pneu da frente estava em baixo. Depois de tantos quilómetros sem qualquer furo, temos um assim que chegamos ao destino! Até parece que também a bicicleta estava nostálgica.
Enfim, oito dias muito bem passados na companhia das nossas fieis companheiras que nos deram oportunidade de conhecer alguns dos melhores recantos do país.
Viajar de bicicleta tem muitas vantagens e uma delas é que se viaja a uma velocidade e por sítios que nos ligam ao terreno e à paisagem, dá para parar facilmente e apreciar os pormenores, dá para fazer distâncias longas e... apreciar as dinâmicas da vida!
Uma sugestão: andem de bicicleta! Hoje 5kms, amanhã 10, depois de amanhã sabe-se lá quantos...

Dados da Etapa:
Etapa 8: 46 Kms 975m Acumulado
Total: 453 Kms 13593m Acumulado

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Etapa 7 - de Janeiro de Cima à Foz do Cobrão


Finalmente rolámos a uma média apresentável

Antes de mais as minhas desculpas por escrever esta crónica com um dia de atraso, mas é que ontem fiz anos e tive a sorte de ter a visita da minha mulher e do meu irmão. Sabem como é, sempre se bebe uma garrafita de vinho nestas ocasiões! Amanhã escreverei sobre a jornada de hoje, a oitava e última.
Quanto à penúltima etapa, prometia, quando analisamos o percurso, ser muito dura, o que acabou por não se verificar. Embora esta tenha sido a mais longa, e de ao final de 15kms estarmos a 1030 metros de altitude a jornada acabou por se revelar bastante rolante.
Saímos da Casa de Janeiro, onde dormimos muito bem, depois de repormos as energias ao pequeno almoço com uma óptima compota de figo e rumámos a Janeiro de baixo, mais uma aldeia ribeirinha, que conta com uma praia fluvial e um parque de campismo com muito bom aspecto.

Era hora de deixar o Zêzere e enfrentar a Serra da Gardunha subindo ao monte Sobreiro. Passámos Bogas de Baixo onde avistámos uma placa que dizia "15%". Quando não avisam tem muito mais piada, mas pedalada atraz de pedalada lá fomos subindo até aos 1030m de altitude. Desta vez o dia não tinha aquele neblina dos outros dias: "já estivemos lá ao fundo! Como é que é possível..."
Descer até Almaceda, onde almoçámos depois de umas compras na mercearia, foi um gozo! Aproveitámos um pouco as sombras da praia fluvial e toca a pedalar até Martim Branco.
Descemos uma levada onde tinha passado à umas semanas na X100 de Castelo Branco e foi sempre a curtir moldando-nos ao percursos como a água faria à uns anos atrás. Martim Branco é uma aldeia castanha, quase completamente de pedra, a qual merecia um pouco de mais de vida.
A partir daqui duas sensações novas. Por um lado apanhamos pela primeira vez uma zona mais ou menos plana, que nos permitiu rolar a bom ritmo, fazendo uma média final de 15kms por hora. Por outro um calor novo que aqui para o sul é muito mais seco do que lá para as zonas a norte da Rede das Aldeias do Xisto. Bebemos ainda mais água do que o habitual.
Depois de recordarmos as Portas do Almourão, onde tínhamos passado no Naturtejo em BTT, chegámos a Sobral Fernando, onde nos ofereceram o melhor lanche de toda a viagem. Um prato de figos bem fresquinhos, acompanhados por uma boa dose de conversa com os ansião da aldeia, o que é que poderíamos querer mais. "Carlitos aprende mais esta que estas pessoas não vivem para sempre!!
Foi difícil deixar aquelas simpáticas gentes, podíamos ficar ali a tarde toda! Mas o mergulho que se seguiu no Ocreza também não soube nada mal. Como não conseguimos encontrar o ouro que dizem que há por aquelas paragem, fomos mas foi procurar o local onde ia-mos dormir. Não foi difícil porque a Casa do Chafariz fica mesmo no Largo principal da Aldeia da Foz do Cobrão.
Trata-se de uma casa antiga, como convém! Mas super equipada, com todas as comodidades para passar ali uns dias de sonho em plena integração com aldeia. Até é possível apreciar ainda a técnica de transportar o cântaro à cabeça, que habilidade!!
Podemos sugerir a partir da Casa do Chafariz uma volta BTT contornando as portas do Almourão no sentido inverso aquele que nós fizemos, uma visita à aldeia de Figueira, ou ainda um Percursos Pedestre marcado pelo vale, onde andámos na expedição do ano passado e que é simplesmente fantástico!

Dados da Etapa:
Etapa 7: 75Kms 1700m Acumulado
Total: 407Kms 12598m Acumulado